Quanto tempo mais teremos de perder?

A frase da Srª. Secretária do Turismo - "não preciso de ideias, preciso é de dinheiro" - não reflecte um "pensamento" isolado, reflecte, isso sim, a envolvente política em que vivemos. Tem um óbvio paralelismo com a (única) mensagem que passou no Congresso do PSD-M e que foi "estamos à rasquinha para arranjar dinheiro".

Conceição Estudante, que com este tipo de argumentação garantirá o lugar no próximo governo, não disse nenhuma "bacorada" da boca para fora. Expressou, simplesmente, a visão de um partido que nos conduziu à actual situação e que, se pudermos resumir em três ou quatro linhas, se exprime no medo patológico de novas ideias e de novas propostas que possam, de alguma forma, colocar em evidência a falácia de algumas verdades estabelecidas e que conduz a uma práxis política que premeia o seguidismo, a cabeça baixa, as palmas no momento certo ou a "bufaria" por horror ao debate, à discussão.

Mostra ainda que o sistema não passou além da Ponta de São Lourenço, não percebendo que o mundo mudou e que hoje vivemos numa sociedade onde aquilo que vale é precisamente aquilo que por cá tanto se teme, as ideias, a inovação, a comunicação - não confundir com a acção psicológica dos finais dos anos 60 -, a criatividade.

Resta a pergunta: quantos mais anos teremos de perder com quem não quer ideias, por achar que as tem todas, mas sim dinheiro (para quê, devo perguntar)?

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