Este evento não foi inaugurado pelo Presidente do Governo Regional

O título foi roubado a uma excelente reportagem publicada hoje pela Tabu que tinha como base o ON. Mas é mais do que isso. Traduz um grito de socorro de uma sociedade que se sente amarrada, de uma terra onde tudo é Governo (e desgoverno), onde as mais ténues manifestações de independência são aniquiladas à nascença. Um pedido de ajuda de uma sociedade submergida por uma branda censura que aos poucos se transforma na mais cruel forma de opressão, a auto-censura. Um alerta que parte de gente que não descobre o mundo porque não se descobre, fechada numa redoma de vidro que se torna cada vez mais pequena, cada vez mais claustrofóbica.

O título diz "olhem para nós", "olhem para o que nos fizeram", "olhem para aquilo que deixámos que nos fizessem". "Olhem para aquilo que poderíamos ser se nos dessem oportunidade de o ser ou se tivéssemos coragem de o ser". "Olhem para nós".

O título é um manual de política. É quase um guia, um plano de acção, poderia ser o início de qualquer coisa se pretendêssemos que assim fosse.

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