Você quer perder o futuro?

A Madeira tem de apostar nas Indústrias Criativas, coisa que não tem querido ou sabido fazer nos últimos anos. É fundamental criar sinergias entre os diversos actores culturais, sociais, económicos e científicos desenvolvendo “clusters” que favoreçam a dinâmica de cooperação entre todos em prol de objectivos comuns e bem desenhados. É fundamental abandonar a lógica das “capelinhas”, alimentada por um poder político que neste momento canaliza a sua (diminuta) energia criativa para um projecto de manutenção de poder que se transformou, ao longo dos anos, num fim em si mesmo. É urgente incluir no processo de desenvolvimento e de apoio à tomada de decisão, nas áreas culturais e criativas, entidades que hoje, por não serem inteiramente controladas pelo poder político regional, são desastradamente postas de parte, como a Universidade da Madeira e como algumas associações empresariais. É fundamental perceber que o actual modelo de desenvolvimento, baseado nas grandes obras públicas, está esgotado. É fundamental, sobretudo, entender que os actores que o delinearam não podem ambicionar liderar a criação de um novo paradigma de desenvolvimento porque pura e simplesmente não o entendem nem o entenderão nunca. As lógicas de renovação interna na maioria não passam assim de enormes falácias. É “uma urgência urgente” abrir mentalidades, promovendo o diálogo e a cooperação. É uma “urgência urgente” perceber que o planeamento, a definição de estratégias (em todas as áreas), o trabalho de equipa, a construção de parcerias, as decisões participadas devem sobrepor-se à arrogância da decisão individual baseada em humores (bons ao maus) de quem tudo diz saber. É fundamental, já em Outubro, mudar de vida! Citando Kennedy, “A mudança é a lei da vida. Aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro”. Você quer perder o futuro?

(Artigo publicado a 18 de Julho no Diário de Notícias)

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