A Decadência do Ocidente

Em épocas de crise, abundam teorias para todos os gostos. Andei a ler uma senhora de nome Dambina Moyo que fala no inevitável declínio do Ocidente e numa transição de liderança para Oriente e ainda para a Rússia. A senhora - que foi considerada pela Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo - justifica a teoria com o facto do Ocidente se ter, de alguma forma, acomodado até na área da inovação, mantendo a sua preponderância devido ao poder militar (sobretudo norte-americano). Por outro lado, as sociedades orientais, mais jovens, por isso mais dinâmicas, que respeitam menos os direitos individuais e que aplicam uma espécie de "capitalismo de estado", ou de um capitalismo "tutelado" fortemente pelo estado - peço desde já desculpa por eventuais imprecisões etimológicas, mas as ciências económicas não são o meu forte - estão-se a sobrepor (até o próprio poderio militar vem-se equilibrando). A senhora confessa-se muito pouco adepta do liberalismo, preferindo um estado intervencionista, e defende que para travar o declínio os estados ocidentais terão, forçosamente, de criar mecanismos que os façam emergir novamente como unidades que assumam estar acima dos mercados e não subordinados a eles. A teoria não é unânime. Mas o livro, que se chama "A Decadência do Ocidente", merece uma leitura atenta. Porque pelo menos, faz-nos pensar.

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