A distância é tramada

Talvez por estar ausente da Região há algum tempo, o Professor André Escórcio não tenha percebido a proposta do CDS-PP de criação de um governo de salvação regional. Saber das coisas à distância tem destas...coisas.

Pois bem, a questão é simples: ao contrário do que escreve o articulista, o CDS-PP não quer um governo de concertação com o PSD. Quer um governo de consenso entre os três partidos do arco da governabilidade, ou seja, CDS, PSD e PS, liderado por uma personalidade credível, que pode ser, por exemplo, um independente. É, de facto, completamente diferente daquilo que escreveu.

Se em condições normais, as eleições são sempre o melhor caminho, a verdade é que a Madeira, nesta situação excepcional - admitida, de resto, pelo PS-M - não pode, de forma alguma, perder mais seis meses à espera de eleições. O actual clima de conflitualidade implicaria uma campanha eleitoral que poderia (fomentaria certamente) clivagens sociais das quais a Região dificilmente recuperaria nos próximos anos.

Numa fase em que se procuram consensos, não se pode, nem deve, fomentar mais divisionismos. Acresce uma pergunta: imagine-se que vamos a eleições e Alberto João Jardim volta a ganhar? Que fará o Professor André Escórcio?

Estamos num tempo excepcional, em que os consensos são fundamentais e devem ser assumidos pelos partidos do arco da governabilidade. Responsavelmente e deixando de lado algumas divisões por ora estéreis. Daqui a três anos e meio, temos tempo mais do que suficiente para discutir as nossas diferenças.

Nota: O professor Escórcio nem notou que o CDS disse também abdicar de lugares na governação.

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