Anarquia pseudo-comunicacional

Não culpo as empresas que patrocinam o Rali Vinho Madeira. Devo até louva-las porque se não fosse o investimento que fazem para comunicar as suas marcas no evento, provavelmente teríamos mais uma "prova de regional" com muito pouco interesse mediático.

Chamo no entanto a atenção da organização para a autêntica anarquia "pseudo- comunicacional" que uma semana antes do rali transforma as ruas centrais do Funchal, bem como os pontos de maior interesse nas serras de toda a ilha, numa espécie de mosaico sem qualquer ponta de graça.

São jardins pisados para colocar telas e mangas de plástico, viadutos repletos de publicidade, cruzamentos onde, de repente, a visibilidade fica reduzida pela colocação de material de comunicação, imagens de "bilhete postal" quase impossíveis de fotografar...

Sou perfeitamente insuspeito para falar sobre o assunto, porque já quando exercia funções profissionais numa das empresas que patrocina a prova defendia, junto da organização, o estabelecimento de regras que, por um lado, beneficiassem os patrocinadores, eliminando o ruído que apenas confunde a comunicação, e por outro não interferissem, da forma como interferem, na vivência diária de cidadãos locais e dos visitantes, eliminando a actual imagem anárquica, que também não beneficia quem organiza o Rali.

É uma questão de bom-senso sentar a organização, os principais patrocinadores, representantes das câmaras municipais e responsáveis pela transmissão televisiva para definir, entre todos, espaços de comunicação para as marcas. Beneficiaria a imagem da organização e da Região, prejudicaria menos a vivência dos espaços "inundados" de publicidade e beneficiaria os patrocinadores, permitindo-lhes uma poupança de esforço e, mais importante, uma maior visibilidade às suas marcas, porque livres do actual ruído.

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