Um portento

O Dr. jardim é um portento. Tem solução para tudo. Com ele, o país andaria direitinho e, imagine-se, até ganharia medalhas olímpicas. Não quero exagerar dizendo que Portugal seria uma espécie de Coreia do Norte (que já vai com três medalhas no vazio bucho), mas lá que o simpático e eficiente Dr. Jardim meteria na santa ordem a América e a Europa, o FMI, o loby gay, a Maçonaria, a troika e a perestroika, a Opus Day, a trilateral e a Internacional, os atletas olímpicos e respectivos treinadores, o Pinto da Costa, os adeptos de futebol e de pesca desportiva, mais os feirantes, as prostitutas, os "drógados", os juízes, os tribunais, os jornalistas, os políticos de Lisboa, o Barroso de Bruxelas, os arrumadores de carros, os pilotos da TAP, os médicos, enfermeiros e demais pessoal auxiliar, os artistas e os contabilistas, os advogados e os gestores (públicos e privados), os doutores e os reitores e outros idiotas que, escrevendo com algumas rimas, recusam render-se à óbvia evidência. Com Jardim, a pátria seria bela e próspera. Uma imensa e fumegante estrada alcatroada, que uniria o império que se voltaria a formar, começando no Minho e acabando no país do sol que nasce. Jardim tudo vê. Tudo ouve. Tudo sabe. Ele perora sobre a dívida e sobre a aurora. Sobre o tempo e sobre o vento. Sobre os Jogos Olímpicos. Sobre o buraco e a sua cobertura. Com ele, o sistema nunca falha. Não dá de si. Não se rende. Não se vende. Tal como o Jornal da Madeira, renasce pujante a cada dia. Senhores, espetai-lhe à frente vazios gravadores se quereis saber magnas opiniões sobre tudo, e sobretudo, sobre nada.

Comentários