116




O 116, na Rua de Santa Maria, é um excelente exemplo para aquilo que deve ser a gestão cultural nesta santa terra. Um espaço pequeno, com boas condições para artistas e público, com entradas pagas (graças a Deus!), feito sem apoios públicos, que permite a experimentação e a criação de novos projectos culturais. É isto que venho defendendo há muito tempo: a criação de uma rede de espaços pequenos que sirvam quase como incubadora de projectos culturais mais ou menos experimentais. De que forma as câmaras municipais e as autoridades regionais podem colaborar? cedendo espaços perante a apresentação de projectos concretos, com objectivos definidos; Desburocratizando os processos; A longo prazo, alterando os paradigmas de educação artística, permitindo não só a formação de públicos mas também a formação de técnicos na área da Cultura (produtores, cenógrafos, técnicos de som e de luz, etc). O resto, meus caros, a sociedade faz. É tempo de terminarmos com a Cultura estatizada, dependente quase a 100% do poder político. Não tenho qualquer relação particular com a rapaziada que dinamiza e teve a ideia do 116, mas deixo desde já a minha palavra de apreço pelo trabalho que têm vindo a desenvolver. Continuem. Eu colaborarei frequentando o espaço.

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