Um populista

Com os seus mais de sete milhões de habitantes, a Catalunha pediu um resgate financeiro de cinco mil milhões de euros ao estado central espanhol. Começo exactamente por enfatizar a população da referida região espanhola para que não se façam comparações abusivas com a Madeira. Um pedido de resgate de cinco mil milhões de euros feito por uma região com 70% da população portuguesa é manifestamente menos grave do que um pedido de resgate de mil e duzentos milhões feito por uma aldeia de 260 mil pessoas. Enfim, avancemos, depois de desmontar alguns escritos que já li por aí.

O senhor Mas está também a negociar um estatuto de autonomia fiscal plena, à semelhança daquele de que já dispõem País Basco e Navarra. Não viria mal nenhum ao mundo se, irresponsavelmente, não estivesse a utilizar os fantasmas independentistas que ainda assombram parte da sociedade catalã para aumentar a sua força negocial. Ao agir assim, Mas está a comprovar que não passa de mais um político populista, que não vê para além do imediato, um pouco à semelhança daquilo que se passa por cá, com Alberto João Jardim.

Estou convicto de que um dos problemas da Europa foi o populismo e o facilitismo que se instalou a partir da década de 1990 do século passado, liderado por rapaziada como Blair e Guterres, no fundo, gente que governou a pensar nas próximas eleições e não nas próximas gerações. É dessa gente (populistas) que nos devemos ver livres. Se esta crise traz lições, creio que esta é das mais importantes.

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