E se o Alberto João ganha?

Hoje, tive um alegre momento de riso e descontracção quando li a moção de Alberto João Jardim à liderança do PSD. Gostei do exercício, porque gosto, do absurdo, do burlesco. E o texto é isso mesmo. Na melhor tradição da comédia britânica, Jardim propõe-se, imagine, ganhar o PSD-M para, a partir da Rua dos Netos, mudar a actual política europeia, convencer o mundo a converter-se a um modelo de sociedade pós-capitalista, mudar o regime político português (aqui, o senhor peca por falta de ambição) e, finalmente, conseguir uma maior autonomia para a Madeira. Tamanha falta de ligação à realidade faz-me lembrar a D. Carmelita, insigne representante do POUS, que na campanha para as últimas "nacionais" prometeu, se ganhasse as eleições, evidentemente, (re)nacionalizar a banca. Ou um senhor do Partido Humanista, cujo nome não ficou para a História, que queria, tão só, reformular, a partir da Lusa Pátria, as instituições da União Europeia e o mercado obrigacionista internacional. Creio que, nesses dias de combate, a Dona Merkel, o Sr. Obama, os banqueiros de cá e de além-mar, tremeram que nem "varas verdes" num dia de temporal pensando numa vitória eleitoral da Dona Carmelita ou do senhor do PH. O cenário repete-se. Hoje, na Casa Branca, em Pequim (ainda gosto de escrever à antiga), em Berlim, em Londres, em Wall Street e nas principais universidades ocidentais a pergunta percorre as corrompidas almas e os não menos corrompidos corpos dos decisores mundiais:

- E se o Alberto João ganha as eleições do PSD-M?

À pergunta, feita mentalmente, segue-se um inevitável calafrio, que se torna visível através de um fio de suor que percorre a testa, desaparecendo sob perfumados lenços de seda.

- E se o Alberto João ganha as eleições do PSD-M?

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