Sobre uma suposta greve

Depois de terem aprovado, por unanimidade, a ordem de trabalhos para esta manhã de parlamento, os partidos de esquerda resolveram... fazer greve. Esquecem-se apenas de algumas coisas: primeiro, quando a semana passada aprovaram a ordem de trabalhos a greve já estava marcada, pelo que a decisão de hoje só se pode ser vista à luz de uma demagogia que nada abona em favor da responsabilidade que deve reger os actos políticos. Em segundo lugar, esquecem que ser deputado não é uma profissão, é sim uma função, sendo que está implícito na função o trabalho em prol dos cidadãos e não fazer greve. Em terceiro lugar, o que se passou hoje no Parlamento, quando em discussão está, por exemplo, o estatuto da oposição, proposta do CDS, que visa garantir efectivos direitos a quem, na Região, se opõe ao PSD e a Alberto João Jardim, acaba por fazer muito pouco sentido. Em quarto lugar, na Assembleia da República, partidos como o PCP e o BE e obviamente o PS, estão a trabalhar, com os seus deputados presentes nas comissões que estão a funcionar. Em quinto lugar, estamos a falar de uma greve geral da CGTP que não da UGT, pelo que a posição do PS é, no mínimo, contraditória.

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