Executivos monocolores nas câmaras municipais

PSD e PS entretêm-se, nestas ilhas abençoadas, a discutir uma eventual alteração da Lei que permita a existência de executivos monocolores nas câmaras municipais. Percebe-se a vontade de dividir por dois todos os órgãos de poder. Afinal, PSD-M e PS-M são legítimos representantes dos partidos nacionais que dividem o país desde 1974, com algumas entradas em cena de outros, como o CDS, geralmente pontuais e sempre minoritárias.

Mas quem pagará essa vontade? Esquecem-se PSD e PS de que dar mais poderes às assembleias municipais significa profissionaliza-las? Esquecem-se de que isso significará criar mais de 300 mini parlamentos? Quanto custarão? Esquecem-se finalmente que em termos de governabilidade, um executivo autárquico minoritário seria mais facilmente bloqueado por uma Assembleia Municipal com poderes para aprovar e rejeitar orçamentos e moções de censura e de confiança, do que no actual modelo.

Para PS e PSD, habituados a usar o aparelho do estado e, no caso do PSD, também da região, a seu bel-prazer, os custos por uma opção como esta, dos executivos monocolores, interessam pouco. Importante é encher o "setor publico" com os "deles", pague quem tiver de pagar.

Pedir aos senhores dos dois partidos em questão para perceberem a Historia do municipalismo português parece-me ser demais. Mas pedir-lhes para respeitar a escolha das populações já me parece, pelo menos, normal.

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