Programa para a Cultura na Cidade

A Cultura e as Industriais Criativas não são um apêndice da política camarária. Tornar o sector viável e atractivo economicamente significa mais dinheiro a ser derramado em todos os sectores de actividade, mais criação de emprego, mais dinamização dos negócios existentes e maior coesão social. É por isso fundamental tornar cada Funchalense um embaixador da sua Cidade, fazendo perceber que pode, efectivamente, lucrar com isso.

Um programa para o desenvolvimento cultural do Funchal deve pressupor o sector como sendo um motor de dinamização urbana através da aplicação de conceitos como os de reutilização e recuperação de espaços urbanos.

É fundamental desenvolver estratégias de captação de turismo criativo através das manifestações culturais, promover o empreendedorismo cultural na Cidade, legitimar a programação e o trabalho dos agentes existentes e fazer um mapeamento cultural e criativo do Funchal, procurando perceber as nossas potencialidades e também as nossas fragilidades.

O programa divide-se em cinco capítulos essenciais, cada qual com um conjunto de propostas agregado.

Nota: Este não é um conjunto de propostas desenvolvido apenas por esta candidatura. Resulta de inúmeras conversas com agentes culturais, da recolha de ideias, de contributos diversos e de críticas várias. Destacaria a Sílvia e o Filipe entre muitos outros, de esquerda e de direita e de centro e de lado nenhum. É por isso um projecto de Cidadania sem que isso signifique, para muitas das pessoas com quem falámos sobre o assunto, mais do que isso mesmo, ou seja, do que um contributo cívico. Há alguma coisa mais importante do que isso?

1 - Cultura como motor de dinamização urbana

Propostas

- Ceder, através de concursos públicos, espaços camarários sem utilização a instituições culturais. O concurso deve valorizar a existência de estratégias de desenvolvimento comunitário.

- Descentralizar as práticas culturais, desenvolvendo uma estratégia que permita que mais espaços da cidade, afastados do centro, recebam eventos culturais, sendo desta forma a cultura vista como motor de dinamização local;

2 - Turismo Criativo - estratégia para atracção e fixação de talentos

- Apoiar a criação, por privados, de residências artísticas, isentando aquelas que forem criadas de taxas camarárias, durante tempo limitado e aproveitando alguns dos espaços já existentes para que o trabalho desenvolvido nas residências artísticas seja divulgado;

- Criar guias culturais que valorizem aquilo que diferencia a cidade e desenvolver mecanismos de distribuição dos mesmos;

- Colocar comunicação on-line,em sítios a estudar mediante o desenvolvimento de um adequado plano de meios, divulgando as mais-valias do Funchal para a fixação de jovens criadores;

- Estabelecer parceria com a Universidade da Madeira no sentido apoiar a criação de uma estratégia concertada para atrair estudantes de Erasmus para estadias temporárias no Funchal;

- Apoio, através de passagens aéreas ou estadias, agentes culturais que se desloquem fora da Região para apresentar trabalhos que, de alguma forma,possam servir para mostrar externamente o Funchal como destino criativo. Será definida anualmente uma verba e os projectos candidatos deverão ser escolhidos mediante critérios de interesse a definir, sendo as escolhas feitas de forma transparente e clara;

- Selecionar, anualmente, projetos para participarem em eventos culturais nacionais, procurando assim contribuir para a criação de intercâmbios e de redes de parceria entre instituições ou agentes da cidade e instituições ou agentes externos. A seleção será feita por um júri especializado, com critérios claros e transparentes, do conhecimento de todos os candidatos;

- Participação anual na Feira do Livro de Lisboa com publicações da CMF e de outras instituições que se queiram associar (DRAC, Centro de Estudos de História do Atlântico, outros organismos públicos e outras câmaras municipais);

- Manutenção, nos atuais moldes, do Prémio Literário Edmundo Bettencourt;

- Criação do Prémio Internacional de Artes Plásticas Francisco Franco;

2.1 - Potenciar a Cultura da Cidade como produto turístico

- Criar o Festival Internacional do Mar, envolvendo práticas Culturais, Ciência e Desporto, de forma a posicionar o Funchal enquanto destino de turismo náutico;

- Criar o Festival Internacional dos Jardins, com os pressupostos do ponto anterior, contribuindo para posicionar a Cidade também enquanto destino de natureza;

- Alterar a data das Festas da Cidade, que deverão acontecer todos os anos, em Dezembro, de forma a suprir a falta de oferta de produtos turísticos entre o final de Novembro e a segunda semana de Dezembro;

- Criar, em espaço já existente, que deverá ser reutilizado, o Museu da Cidade como produto complementar à oferta turística existente. O dito espaço deve incluir a fonoteca municipal, o arquivo de imprensa da Cidade, entre outros;

3 - Mapeamento do Ecosistema criativo do Funchal

- Desenvolver, no primeiro ano de mandato, um estudo sobre aquilo que existe no Funchal de natureza cultural e criativa, procurando conhecer as instituições, os espaços, os agentes, as dinâmicas, identificando pontos fortes e pontos fracos, oportunidades e ameaças;

- Criar fórum anual de debate sobre a cultura e sobre as indústrias criativas;

- Criar o Conselho Consultivo para a Cultura, órgão consultivo, não remunerado, presidido pelo vereador com o pelouro, que deve ser consultado aquando da tomada de decisões estratégicas para o sector; Órgão deve incluir agentes culturais e entidades públicas e privadas;

4 - Promoção do Empreendedorismo Cultural

- Fazer um estudo de retorno dos eventos financeiramente apoiados pela Câmara Municipal do Funchal;

- Desenvolver uma grelha para definição de montantes de apoio ou de tipo de apoio, baseada em critérios claros, do conhecimento de todos os agentes e que deve ser cumprido sem qualquer tipo de excepção; A grelha deve enquadrar os eventos a apoiar numa estratégia global, numa visão daquilo que se quer para a cultura e para as indústrias criativas no Funchal;

- Dar preferência, nos apoios monetários, a instituições da cidade que desenvolvam processos criativos e culturais, ou seja, priorizar a criação em vez da importação de eventos culturais;

- Criar uma incubadora de empresas no Funchal, trabalhando em parceria com empresas privadas e outras instituições públicas. A incubadora não deve ser, apenas, para a cultura e para as indústrias criativas, mas para projectos empreendedores em todas as áreas de negócio. A incubadora deve procurar parcerias também com instituições externas, como por exemplo a Star-Up Lisboa, criada pela Câmara Municipal de Lisboa;

5 - Legitimar o universo criativo da Cidade

- Criar um guia cultural, que divulgue todos os eventos culturais de interesse para a cidade;

- Promover a boa distribuição do guia;

- Criar o portal da Cultura do Funchal online, disponível em português, inglês, francês e alemão;

-Desenvolver o projecto "Artes na Rua", dando visibilidade às diferentes manifestações artísticas, durante todo o ano, em toda a Cidade do Funchal;

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