Eça e bengaladas

A sociedade que cerca esses personagens o formalismo oficial (Acácio), a beatice parva de temperamento irritante (D. Felicidade), a literaturarinha acéfala (Ernestinho), o descontentamento azedo e o tédio da profissão (Juliana), e às vezes, quando calha, um pobre bom rapaz (Sebastião). Um grupo social, em Lisboa, compõe-se com pequenas modificações, destes elementos dominantes. Eu conheço uns vinte grupos assim formados. Uma sociedade sobre estas falsas bases não está na verdade: atacá-las é um dever. [...] Merecem partilhar com o Padre Amaro da bengalada do homem de bem.

Eça de Queiroz, numa carta deliciosa escrita em 1848 a Teófilo Braga.

O mundo muda pouco e a bengalada, em certas ocasiões, continua a ser um dever higiênico. 



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