Guerra fria



Lisboa, e agora o Porto, são dois dos destinos da moda na Europa, com taxas de ocupação hoteleira crescentes e com um preço de venda cada vez mais alto.

Isso deve-se a quê? Em primeiro lugar, às potencialidades das próprias cidades. Lisboa e Porto têm elementos diferenciadores em relação a outras capitais e cidades médias europeias notórios e, neste momento, estão a saber aproveita-los cabalmente. Em segundo lugar, à articulação entre as respectivas autarquias e as entidades que promovem Portugal no exterior. Há, indiscutivelmente, um trabalho concertado, que ultrapassa em muito a política da capela, às vezes partidária, que costuma ser apanágio do bom povo lusitano. Em terceiro lugar, há um claro aproveitamento da cultura e das práticas culturais - das mais eruditas às mais populares, veja-se o exemplo do Fado - para o enriquecimento da oferta turística. Resumidamente, há uma valorização de quem faz ou promove a cultura, pois entendeu-se a importância económica do sector.

Num tempo em que muitas autarquias, nomeadamente a Câmara do Funchal, mudaram de cores partidárias, estes exemplos podem guiar os decisores, quer de um lado, quer de outro e devem fazê-los perceber que com "guerras frias", ou quentes, perdemos todos.

Nem tudo é perfeito em Lisboa e no Porto, como é óbvio. O certo é que estou a escrever este artigo no metro da capital,a caminho de um magusto na Mouraria, numa carruagem na qual mais de metade dos passageiros são estrangeiros.

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