MIAB e imagem externa

A câmara não deve ter uma política de gosto, mas deve ter bom gosto, sob o ponto de vista da governança política. A política também é um exercício de bom gosto, mas não deve escolher entre situações mais populares e outras mais eruditas. Deve articular todos os gostos. A ideia é defendida por Paulo Cunha e Silva, novo vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto e deve aplicar-se, digo eu, também aos estados e às regiões.

Tudo isto vem a propósito do Madeira International Art Biennale (MIAB). Ao que parece, o apoio dado pelas entidades públicas é "apenas" logístico e não vejo que venha daí mal ao mundo. É a tal questão da política de gosto. A "coisa" parece má, amadora, com alguma falta de gosto e não será por aquele caminho que as artes plásticas feitas por cá se evidenciarão noutros espaços.

A minha questão é outra. A imagem institucional da Madeira deve, forçosamente, ser zelada e preservada da exibição em momentos de gosto duvidoso. Quem supostamente a gere, a Secretaria Regional do Turismo, Cultura e Transportes tem por obrigação garantir que não surge associada a situações que em nada contribuem para a transmissão dos valores que queremos (e devemos) transmitir externamente.

Apoiar logisticamente coisas como o MIAB chateia-me pouco. Mas irrita-me ver a imagem institucional da Região ser divulgada no exterior associada a coisas de qualidade duvidosa.

É caso para dizer que nem todos os "apoios logísticos" merecem o logotipo.

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