Os números dos museus




O crescimento do número de visitantes nos museus da Madeira é, à partida, positivo. Mas como sempre, os dados vindos a público são insuficientes para uma análise correcta.

Os valores divulgados pelo Diário dizem que, comparativamente a 2012, registaram-se mais 12 mil visitas. Mas não referem quantos desses novos visitantes são locais e quantos são turistas.

Esse dado é fundamental, porque se a esmagadora maioria dos novos visitantes forem estrangeiros de passagem, o crescimento não pode ser dissociado do aumento dos números do turismo, não sendo particularmente impressionante.

Repare-se que a Madeira recebe mais de 1 milhão de turistas por ano. Quantos foram aos museus da DRAC, sabendo-se que o o total de pessoas que frequentou os referidos espaços, em 2013, foi de 88.455? Parece-me que há, de facto, muito a fazer nesta área...

Mas se os museus são importantes para o produto turístico Madeira, são ainda mais importantes para os Madeirenses, não apenas como repositórios de memória, mas também como espaços educativos e como locais de descoberta, de experiência, de construção de identidade e de cidadania. E como é óbvio, de usufruto, nas suas mais diversas valências.

Nesse sentido, era importante saber, por exemplo, quantas pessoas participaram efectivamente nas actividades promovidas pelos serviços educativos e em que actividades participaram. Confundir passeantes dos jardins (por exemplo, os da Quinta das Cruzes são um atractivo muito grande, sobretudo para turistas) e público de concertos, com cidadãos que se envolvem em actividades educativas, atirando para o ar um número de 140 mil, parece-me completamente errado.

Era simpático que os dados fossem transmitidos com mais rigor...

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