Campeonato do mundo



Sabe-se hoje que quase metade dos brasileiros estão contra a realização do Campeonato do Mundo de Futebol no seu país. Um estudo recente de uma empresa de sondagens revela que 38% dos cidadãos do Brasil não apoiam a prova e que apenas 52% são favoráveis (10% não responderam).

Os elevados custos do Campeonato, as mastodônticas exigências da FIFA e a ideia de que se trata de um evento para "ricos" estão, definitivamente, a afastar os brasileiros da competição.

Já escrevi e repito:

- a FIFA tem tratado o futebol como uma espécie de galinha dos ovos de ouro, não acautelando minimamente o futuro do jogo.

O mundial do Brasil é o maior exemplo. Sendo o futebol é um desporto popular, predominantemente praticado pelas classes mais desfavorecidas, cria-se, paradoxalmente, um evento que exclui quem realmente se interessa pelo fenómeno, quem todos os dias lhe dá corpo.

A descabida estratégia que vem a ser seguida pela FIFA e que, aos poucos e poucos, vem transformando o futebol num desporto elitista, excessivamente caro, que afasta quem deveria atrair, não faz qualquer sentido.

O conjunto de exigências colocando a uma nação que queira organizar um Campeonato do Mundo é pornográfico (sobretudo se não estivermos a falar de economias ricas), com níveis de investimento insustentáveis, que provocam indignação entre aqueles que, diariamente, são confrontados com serviços insuficientes, com falhas na saúde, na educação, na segurança. E quem são esses:

- aqueles que, por norma, corporizam a essência do "pontapé na bola" e aos quais, para cúmulo, é ainda vedado o acesso aos grandes eventos, porque os preços praticados são proibitivos.

O futuro não me parece brilhante.

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