E entretanto na Áustria II

E entretanto na Áustria, aconteceu o que era previsível e deverá acontecer o que é previsível, a extrema direita (FPÖ) chegará ao poder, em coligação com os vencedores das eleições, o ÖVP, partido conservador, liderado pelo jovem (31 anos) Sebastian Kurz.

Já pouca gente se lembra de 1999, quando a Áustria foi objeto de sanções dos restantes membros da UE. Relembrando: nesse ano, o FPÖ teve mais de 27% dos votos nas eleições legislativas, tendo ficado à frente dos conservadores. Embora o então presidente do partido, Jörg Haider, tenha renunciado a qualquer cargo, o FPÖ integrou o governo, chefiado por Wolfgang Schussel.

Os tempos mudam. Liderado por Heinz-Christian Strache, o partido de extrema direita austríaco fez uma espécie de lifting semelhante ao da Frente Nacional francesa e de alguma maneira, moderou-se. Pelo menos, no discurso. A própria Europa não é a mesma, estando a união a lidar com o Brexit, estando Espanha a lidar com a Catalunha, tendo visto países como a Hungria ou a Polónia virarem-se para o extremismo.

Esta mudança de cenário torna difícil regressar a 1999, quando a pressão conjunta dos estados membros "refreou" Haider, pelo que não são expectáveis sanções ou sequer repreensões ao previsível novo governo de Viena.

De qualquer maneira, enquanto europeu, estou convencido de que as instituições europeias devem estar atentas, não permitindo que algumas linhas vermelhas que fundamentam a própria União sejam ultrapassadas.

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